Pesquisa o que dizem as pesquisas sobre o mercado de games no Brasil?

Quase ao mesmo tempo, foram divulgadas duas pesquisas que dizem praticamente a mesma coisa: o mercado brasileiro está crescendo. Isso pode parecer um tanto óbvio à primeira vista, mas os números apresentados pelo instituto Ibope e pela agência de pesquisa de mercado GfK Consumer Choices não deixam de ser interessantes. A primeira, encomendada pela distribuidora NC Games, afirma que 31% dos brasileiros têm consoles em casa (quase 60 milhões de pessoas, é sério?). Parece ser um número bastante alto para a realidade brasileira, mas ainda está bem longe dos 56% nos Estados Unidos. Segundo o Ibope, o bom e velho PlayStation 2, lançado há 12 anos, ainda é o mais popular. Logo atrás vêm nossos amiguinhos da atual geração, o PS3 e o Xbox 360 ? o console da Microsoft perdia para o concorrente da Sony na região sudeste, segundo a pesquisa, mas parece estar empatando o jogo. O motivo seria a fabricação do console no Brasil, o que o tornou mais barato. O Wii? Nem foi mencionado. Enquanto isso, a pesquisa da GfK Consumer Choices afirma que as vendas de consoles no país aumentaram 53% em 2011. De acordo com o levantamento da agência, foram vendidos 935 mil consoles, em comparação às 642 mil unidades vendidas em 2010. Não sabemos o tamanho das fatias de cada um dos consoles da atual geração, mas a agência afirma que o aumento substancial se deve à redução de preços. "O que está acontecendo é a migração de compras feitas no mercado informal para o oficial", disse Oliver Römerscheidt, gerente de negócios de entretenimento da GfK. Mas será que essa migração está acontecendo mesmo? De volta à pesquisa do Ibope, 48% dos entrevistados afirmaram comprar jogos em camelôs e afins. E na grande maioria dos casos, esses jogos são piratas. Apenas 17% das vendas de jogos vêm das revendas oficiais. E o motivo para essa discrepância também é o preço. Então, o que podemos concluir dessas pesquisas? Que, graças à redução nos preços, a base instalada de consoles no país cresceu, e isso é ótimo para incentivar investimentos da indústria no nosso mercado. Afinal, quanto mais consoles, mais chances de uma produtora olhar para cá com carinho. Mas, ao mesmo tempo, alguns problemas antigos insistem em atrasar a nossa vida. De nada adianta vender uma enorme quantidade de consoles se a maioria deles será desbloqueada para rodar jogos pirateados, por exemplo.